Alistamento militar feminino começará em janeiro de 2025; confira todos os detalhes.
O Ministério da Defesa anunciou na manhã desta quarta-feira (11) que mulheres que completarem 18 anos em 2025 poderão se alistar voluntariamente entre 1º de janeiro e 30 de junho. A medida, pioneira nas Forças Armadas, oferecerá aproximadamente 1,5 mil vagas em 28 municípios de 13 estados e no Distrito Federal.
Até então, o alistamento aos 18 anos era exclusivo para homens, sejam convocados ou voluntários. A mudança, que permite que mulheres se voluntariem na mesma idade, foi formalizada em 28 de agosto. O subchefe de Mobilização da Defesa, contra-almirante André Gustavo Guimarães, destacou que a iniciativa permitirá às mulheres a chance de integrar a força de trabalho das Forças Armadas, qualificando ainda mais os voluntários. Ele ressaltou que as candidatas poderão conhecer as Forças e participar de um processo que envolve transformação social e de cidadania.
O alistamento poderá ser feito online ou presencialmente em uma Junta de Serviço Militar. Para se alistar, as candidatas devem residir em um dos municípios contemplados pelo Plano Geral de Convocação e ter completado 18 anos em 2025 (nascidas em 2007). Entre os documentos exigidos estão certidão de nascimento ou prova de naturalização, comprovante de residência e documento oficial com foto, como identidade ou carteira de trabalho.
O processo de recrutamento incluirá as etapas de alistamento, seleção geral, seleção complementar, designação/distribuição e incorporação. As candidatas passarão por uma seleção que envolverá entrevista, inspeção de saúde (com exames clínicos e laboratoriais) e testes físicos. Elas poderão escolher a Força Armada na qual desejam servir: Exército, Marinha ou Aeronáutica. A incorporação dependerá da aptidão da candidata e da disponibilidade de vagas.
Após a incorporação, as mulheres ocuparão a graduação de soldado (ou marinheiro-recruta, na Marinha) e terão os mesmos direitos e deveres dos homens. Elas serão incorporadas entre 2 e 6 de março ou entre 3 e 7 de agosto de 2026, cumprindo 12 meses de serviço militar, que pode ser prorrogado por até oito anos, dependendo da decisão do comando e do interesse da militar.
Durante o serviço, as mulheres terão acesso a benefícios semelhantes aos dos homens, como remuneração, auxílio-alimentação, licença-maternidade e contagem de tempo para aposentadoria. O Ministério da Defesa pretende aumentar gradativamente a participação feminina no Serviço Militar Inicial, com a meta de atingir 20% das vagas.
Para 2025, as vagas estarão disponíveis para mulheres que residem nos seguintes municípios:
- Águas Lindas de Goiás (GO)
- Belém (PA)
- Belo Horizonte (MG)
- Brasília (DF)
- Campo Grande (MS)
- Canoas (RS)
- Cidade Ocidental (GO)
- Corumbá (MS)
- Curitiba (PR)
- Florianópolis (SC)
- Formosa (GO)
- Fortaleza (CE)
- Guaratinguetá (SP)
- Juiz de Fora (MG)
- Ladário (MS)
- Lagoa Santa (MG)
- Luziânia (GO)
- Manaus (AM)
- Novo Gama (GO)
- Pirassununga (SP)
- Planaltina (GO)
- Porto Alegre (RS)
- Recife (PE)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Salvador (BA)
- Santa Maria (RS)
- Santo Antônio do Descoberto (GO)
- São Paulo (SP)
- Valparaíso de Goiás (GO)
Atualmente, as Forças Armadas contam com cerca de 37 mil mulheres, o que representa aproximadamente 10% do efetivo. Elas atuam predominantemente nas áreas de saúde, ensino e logística, mas também têm acesso à área combatente por meio de concursos públicos específicos em instituições como o Colégio Naval (CN), da Marinha, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), da Aeronáutica.
