CCJ da Câmara aprova projeto que endurece punições para invasores de terras

CCJ da Câmara aprova projeto que endurece punições para invasores de terras

CCJ da Câmara aprova projeto que endurece punições para invasores de terras

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (10), um projeto de lei que altera a legislação relacionada à invasão de terras, ampliando as punições para os infratores e permitindo o uso de força policial sem ordem judicial para a retirada de invasores. A proposta foi aprovada por 39 votos a favor e 15 contra, e agora segue para votação no plenário da Casa.

O projeto faz parte de um conjunto de medidas contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que tem causado atritos no campo político, especialmente entre o governo e o agronegócio. Defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), estão entre os principais apoiadores da medida, que visa endurecer as penalidades e ampliar os direitos de posse de terras.

Com a aprovação, a proposta amplia a punição para a invasão de terras, alterando o Código Civil, o Código de Processo Civil e o Código Penal. Antes, o crime de invasão de terra era punido com prisão de um a seis meses e multa. A nova versão do projeto aumenta a pena para um a quatro anos de prisão, com agravantes. Se houver violência durante a invasão, a pena é dobrada, e se a propriedade invadida for produtiva, a pena será aumentada em um terço. A proposta também limita o direito de defesa, estabelecendo que os atos de desforço não podem ultrapassar o necessário para a restituição da posse.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que desde o primeiro semestre tem defendido essa agenda, se mobilizou após as recentes invasões de terra realizadas pelo MST, especialmente durante o “Abril Vermelho”, quando o movimento afirmou ter ocupado 24 propriedades. A volta das invasões, em um momento de aproximação do governo com o setor ruralista, gerou uma pressão política sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que precisa conciliar sua base de apoio à esquerda com a necessidade de apoio do agronegócio.

A proposta também inclui medidas punitivas mais severas para os invasores, como a impossibilidade de inscrição em programas de auxílio governamentais, como o Minha Casa Minha Vida, e a restrição ao acesso ao Programa Nacional de Reforma Agrária por até oito anos após a desocupação das terras invadidas. Além disso, os invasores de terras poderão ser impedidos de concorrer a cargos públicos e de receber créditos rurais.

CCJ da Câmara aprova projeto que endurece punições para invasores de terras

No Senado, outras propostas que reforçam o combate às invasões de terra estão em tramitação, incluindo a classificação das invasões como terrorismo, o que pode intensificar ainda mais a polarização sobre o tema. Além disso, estão em análise propostas que criam um cadastro de invasores, com a intenção de registrar os antecedentes criminais dos ocupantes ilegais.

O projeto aprovado na CCJ é um reflexo do movimento de fortalecimento da agenda agropecuária no Brasil. O deputado José Motta (PL) afirmou que as pautas defendidas pela FPA são fundamentais para o avanço do país, e prometeu apoio irrestrito às iniciativas que visam fortalecer o agronegócio brasileiro.

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