Justiça de SP decreta falência da Editora Três, responsável pela revista IstoÉ.
O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo, decretou nesta segunda-feira (3/2) a falência da Editora Três, responsável pelas revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro.
A decisão foi tomada após a companhia, que estava em sua segunda recuperação judicial desde 2021, não regularizar pagamentos pendentes a credores, apesar de ter sido intimada diversas vezes.
A decisão destaca que, a administradora judicial responsável pelo caso informou falha no pagamento de créditos trabalhistas, credores quirografários e despesas correntes. Também mencionou falta de pagamento dos salários dos empregados atuais.
O magistrado destacou que a administradora judicial relatou de forma detalhada a falta de pagamento, especialmente a credores trabalhistas. Mesmo após a última notificação, a Editora Três não apresentou os comprovantes necessários. Além disso, a empresa solicitou o encerramento do processo de recuperação judicial, mas o pedido foi negado pelo juiz, levando à decretação da falência.
Só ao primeiro grupo de credores, constituído por 532 trabalhadores que receberam parte ou nada do que lhes era devido, a dívida é de R$ 20,6 milhões.
Com a decisão, a administradora judicial terá um prazo de 10 dias para apresentar uma lista de credores, considerando os valores pagos durante a recuperação judicial e incluindo débitos que não estavam sob o processo de recuperação.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo informou que a Editora Três vinha atrasando o pagamento dos funcionários há tempos, o que motivou uma greve que já durava quase um mês.
A decisão judicial ocorre pouco depois do fim da edição impressa das revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro. No dia 24 de janeiro, a Editora Três anunciou que ambas as publicações migrariam para o formato digital. A IstoÉ estava em circulação desde 1976, enquanto a IstoÉ Dinheiro havia sido lançada em 1997.
