Malafaia diz que perdoa quem o criticou por se opor a Pablo Marçal: “Estão aí igual Maria arrependida”
Em conversa com o site Pleno.News nesta sexta-feira (25), o pastor Silas Malafaia comentou os pedidos de desculpas que têm recebido após parte da direita se decepcionar com o ex-postulante à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) devido à sabatina que ele realizou com o candidato Guilherme Boulos (PSOL).
O líder evangélico afirmou que muitos estão “igual Maria arrependida”, mas que os perdoa, porque o ato de desculpar é inerente à maravilha do Evangelho.
“Hoje, muitos que me atacaram, e até pastores que citaram meu nome, estão aí igual Maria arrependida. Eu sou um cara que entendo, não massacro as pessoas, eu não levo para o coração. Está todo mundo perdoado, sejam pastores, o povo. Gente me xingou, me caluniou, me difamou com coisas sérias e pesadas. Mas a coisa maravilhosa do Evangelho é poder praticá-lo quando alguém nos ofende. Porque se alguém não nos ofender, como você vai praticar o Evangelho? Então, eu não levo isso para o coração, não encaro como questões pessoais – disse ele.
O líder da Advec (Assembleia de Deus Vitória em Cristo) afirmou ainda ser uma “voz profética neste país” e que se opôs ao empresário por direcionamento do Espírito Santo.
“Eu tenho defeitos, não sou perfeito, mas eu sou uma voz profética neste país, e quando eu vou confrontar alguém, eu não tenho nenhum interesse político. Para você ter uma ideia, eu falei duas vezes, não mais que um minuto, com o prefeito de São Paulo [Ricardo Nunes], eu nem o conheço pessoalmente. Eu não estava em uma disputa eleitoral. Deus sabe. Eu sei quando o Espírito Santo fala comigo. Eu conheço quem é esse rapaz [Pablo Marçal]. Desde 2022 eu travei um embate com ele”, recordou.
Na visão de Malafaia, Marçal é “o maior mal da história da Igreja Evangélica brasileira” e comanda um “exército de desigrejados” por não saber se “submeter a autoridades”, especialmente as pastorais. Psicólogo, o pastor também considera que o empresário possui “problemas graves” e precisa de tratamento profissional.
“Ele tem uma gana de aparecer, que ele faz qualquer coisa para estar em evidência. Isso é coisa de gente normal? Como um cara da direita vai fazer uma entrevista com um cara da esquerda? Pra poder enaltecer o cara. Isso no mundo político não existe. Boulos, está desesperado porque está lá trás [nas pesquisas], quer qualquer oportunidade. Agora ele que se diz da direita, você está vendo aí os comentários. Acabou de se esborrachar. De direita ele nunca foi”, frisou.
ENTENDA
Terceiro colocado na disputa pela Prefeitura paulistana, Marçal decidiu lançar um desafio aos dois candidatos que concorrem ao segundo turno: Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Trata-se de uma sabatina ou uma espécie de “entrevista de emprego”, na qual ele se colocaria como mediador em live transmitida em seu canal no YouTube. Entretanto, apenas o psolista aceitou o convite.
“Eu fui a pessoa mais atacada pelo Marçal durante a campanha inteira. Até laudo falso na véspera do primeiro turno contra mim ele lançou. Mas eu não faço política com ressentimento, não faço política com rancor. E o diálogo também será com as pessoas que votaram nele no primeiro turno, que apostaram nele”, disse Boulos.
Na equipe de Boulos, a avaliação é de que o candidato não teria nada a perder na sabatina e teria a oportunidade de falar diretamente com o público que precisa atrair.
Marçal, por sua vez, prometeu conduzir a live de forma respeitosa conforme seu papel de entrevistador, fazendo “perguntas técnicas”. Também disse que usaria sua experiência como recrutador de empresas para ajudar os eleitores indecisos a escolherem, embora tenha destacado que “não vota em comunista”.
A iniciativa não foi bem recebida por parte da direita. Como apenas o psolista aceitou, uma parcela dos conservadores encarou negativamente a ideia de dar exposição para o político de esquerda falar justamente para o público que visa atingir. Há, por outro lado, outros que defenderam o empresário por enxergar na sabatina uma “jogada de marketing”.
