STF valida acordo para reparação de danos por rompimento de barragem em Mariana (MG)

STF valida acordo para reparação de danos por rompimento de barragem em Mariana (MG)

STF valida acordo para reparação de danos por rompimento de barragem em Mariana (MG)

O Supremo Tribunal Federal (STF) validou por unanimidade nesta quarta-feira (6) o acordo fechado pelo governo federal, os estados de Minas Gerais,Espírito Santo e mineradoras para reparar os danos da tragédia de Mariana, em Minas Gerais.

Mais cedo, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, homologou o acordo. Em seguida, levou sua decisão ao plenário da Corte onde o acordo foi validado pelos demais ministros (leia mais abaixo).

A partir de agora, passa a contar o prazo de até 150 dias para que as indenizações sejam pagas. O Tribunal Regional Federal da 6ª Região vai monitorar a implantação do acordo.

Em sua decisão, Barroso cita que o valor pactuado é significativo e faz deste um dos maiores acordos ambientais da história, possivelmente o maior.

“Houve ampla participação do Ministério Público e da Defensoria Pública, e a atuação dessas instituições, bem como a realização de audiências públicas nas localidades afetadas para escuta ativa da população, evidenciam os esforços para a tutela do interesse das vítimas e comunidades atingida”, escreveu.

Em sessão no STF nesta manhã, Barroso explicou aos demais ministros os detalhes do seu entendimento e disse que há estimativa de que milhares de ações judiciais sobre o mesmo tema sejam extintas, caso os participantes dos processos passem a aderir à solução consensual.

“Com esse acordo, espera-se que a maior parte das demandas judiciais propostas em decorrência do desastre seja imediata ou progressivamente extintas”, afirmou.

Detalhes do acordo

O acordo, fechado nove anos depois de um dos maiores desastres ambientais do Brasil, prevê medidas estimadas em R$ 170 bilhões divididos em três frentes:

  • R$ 38 bilhões, que segundo o governo já foram pagos pelas mineradoras;
  • R$ 100 bilhões, que serão repassados para os governos de Minas Gerais, do Espírito Santo e para a União;
  • R$ 32 bilhões para ações de indenização e ressarcimento.

Segundo dados do governo, 300 mil pessoas podem requerer a reparação. Pelo acordo, serão pagos:

  • R$ 35 mil para quem não foi contemplado em indenizações anteriores;
  • R$ 95 mil no caso de pescadores e agricultores atingidos.

O novo acordo também deve garantir a recuperação ambiental de áreas atingidas pelo desastre.

A tragédia foi em 2015. A barragem de Fundão, da mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP, se rompeu, despejando mais de 44 milhões de m³ de rejeitos de minério de ferro.

O desastre matou 19 pessoas e espalhou destruição na bacia do Rio Doce, em Minas Gerais, com danos até a foz do rio, no Espírito Santo, e no Oceano Atlântico. Quarenta e nove municípios foram atingidos.

Um ano depois, foi feito o primeiro acordo para indenizar as vítimas, e criada a Fundação Renova, para cuidar das ações de reparação de danos.

Nove anos depois, segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), a Fundação Renova só conseguiu indenizar 112 mil pessoas.

Esse acordo foi considerado como insuficiente para assegurar os direitos dos atingidos a uma reparação justa e satisfatória.

O número de 112 mil pessoas, contudo, é, segundo a assessoria da BHP, o contemplado apenas em uma modalidade de indenização.

Ainda segundo a empresa, o total de pessoas assistido por todas as modalidades de indenização e de auxílio financeiro é de aproximadamente 432 mil.

STF valida acordo

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